Esquadrões do Futebol: Cruzeiro 2003
Dando início a uma nova seção do AVF, este é o primeiro texto do "Esquadrões do Futebol", que falará sobre times marcantes do Brasil e do Mundo. O escolhido da vez é o Cruzeiro de 2003, campeão da até então inédita Tríplice Coroa.
Na década de 90, não faltaram taças na Toca da Raposa. O clube mineiro faturou Libertadores, Recopa Sul-Americana, Copa de Ouro, Supercopa Libertadores, Copa do Brasil. Mesmo acostumado a vencer dentro e fora do país, o Cabuloso não conquistou títulos de expressão no começo dos anos 2000, o que fez com que a diretoria reforçasse em peso o elenco para a temporada de 2003: o artilheiro colombiano Aristizábal, Deivid, Edu Dracena, Mota e Zinho foram algumas das principais contratações, mas a peça chave era Alex.
Maestro de um time repleto de craques, Alex não só ajudava na distribuição de assistências com sua grande visão de jogo como também tinha faro de gol. Aposta do técnico Vanderlei Luxemburgo, o meia foi decisivo na vitoriosa temporada, que começou com a conquista do Campeonato Mineiro. Tendo 10 vitórias em 12 jogos, o Cruzeiro venceu o estadual de maneira invicta e teve o melhor ataque e a melhor defesa da competição.
O plantel cruzeirense, por ser qualificado e extenso, dava a Luxemburgo a possibilidade de ter pelo menos dois jogadores por posição a sua disposição. Assim, mesmo com desfalques, o treinador podia repor as peças e manter o mesmo esquema tático da equipe, que tinha por principal característica o equilíbrio nos setores do campo: ataque com forte poder de fogo, defesa sólida e segura, além de um meio de campo preenchido que controlava o jogo.
O próximo alvo da Raposa era a Copa do Brasil. Após eliminar o Rio Branco (ES), o Corinthians (RN) e o Vila Nova (GO), o Vasco seria o adversário nas quartas de final. Com 3x2 na soma dos placares em um difícil duelo, os mineiros avançaram e enfrentaram o Goiás nas semifinais, eliminando o esmeraldino por por 5x3 no agregado. A finalíssima seria contra o Flamengo. O jogo de ida no Maracanã terminou empatado em 1x1, com direito a gol de letra de Alex. Na volta, diante de um Mineirão lotado, o Cruzeiro teve mais uma atuação dominante e venceu o Rubro-Negro por 3x1, selando o tetracampeonato do torneio e o segundo título da temporada.
As atenções agora estavam voltadas ao Brasileirão. Líder do campeonato e embalado pelo excelente momento, o Cabuloso manteve suas performances de alto nível e teve uma campanha fantástica, alcançando 100 pontos em 46 rodadas, anotando 102 gols e com um aproveitamento geral de 72,5%. Praticamente imbatível em casa e visitante indigesto, acumulou goleadas ao longo da competição, com destaque para o 7x0 aplicado no Bahia na Fonte Nova. Na trajetória, perderam a liderança em apenas duas rodadas para o Santos de Diego e Robinho, mas nada que ameaçasse o título inédito por pontos corridos.
A formação tática base do time era um 4-4-2, com Gomes no gol; Cris e Dracena na zaga; Maurinho e Leandro nas laterais; Wendell, Maldonado, Augusto Recife e Alex pelo meio e Aristizábal e Mota no ataque. O elenco ainda contava com Felipe Melo, Marcelo Ramos, Luisão, Alex Dias, Maicon, entre outras peças que ajudaram na composição do elenco.
A Tríplice Coroa, que nunca havia acontecido no Brasil e era até mesmo vista como impossível de se alcançar na época, fez com que o Cruzeiro de 2003 ficasse marcado como um dos melhores times da história do país, resultado do trabalho de um técnico inteligente e bom gestor de grupo que tinha em mãos jogadores igualmente variados e talentosos.
Pedro Frozza
Comentários
Postar um comentário